A LUZ que de teus pés sobe a tua cabeleira,
a turgência que envolve tua forma delicada,
não é de nátar marinho, nunca de prata fria:
é de pão, de pão amado pelo fogo.
A farinha acumulou seu celeiro contigo
e cresceu incrementada pela idade venturosa,
quando os cereais duplicaram teu peito
meu amor era o carvão trabalhando na terra.
Oh, pão tua fronte, pão tuas pernas, pão tua boca,
pão que devoro e nasce com luz cada manhã,
bem-amada, bandeira das fornadas,
uma lição de sangue te concedeu o fogo,
da farinha aprendeste a ser sagrada,
e do pão o idioma e o aroma.
4 comentários:
Levemente erótico...como eu gosto!
Um beijo
Neruda é sempre escolha de eleição.
Um abraço e bom fim de semana
Mais um lindo poema aqui! Ótimo fds! bjs, chica
Renata, suas escolhas são preciosas. Gostei demais. Bjs.
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