POEMA nº 06, DE PABLO NERUDA
Recordo-te como eras no outono passado.
Eras a boina cinzenta e o coração em calma.
Fincada nos meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhia a tua voz lenta e em calma.
Sinto viajar os teus olhos e é distante o outono:
boina cinzenta, voz de pássaro e coração de casa
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes:
a lembrança é de luz, de fumo, de lago em calma!
Nos teus olhos lutavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caíam na água da tua alma.
E as folhas caíam na água da tua alma.
Fogueira de estupor onde a minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
para onde emigravam os meus profundos desejos
e caíam os meus beijos alegres como brasas.
e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Para lá dos teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.
2 comentários:
Neruda sempre maravilhoso! Adoro! bjs, linda semana,chica
Renata
Quem não gostará da poesia de Pablo Neruda?
Beijo
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